«Paralelamente, a ideia de aprofundar a investigação ganha forma. Começa a desenhar-se uma extensão natural do Arquivo Imaterial das Minas da Borralha, que sistematize o conhecimento e a experiência adquiridas nos últimos anos. (…) Durante cerca de três anos, completamente a expensas próprias, motivado pela resiliência e alguma teimosia, alheio ao fenómeno do desemprego, que experimentei durante largos meses, exploro os principais arquivos mineiros do país na tentativa de interpretar o puzzle que é a história das Minas da Borralha.»
Retirado do livro “Minas da Borralha” de Pedro Araújo – 1ª edição: Março 2017
No extremo sul do concelho de Montalegre, na fronteira com o concelho de Vieira do Minho, com vista para o imenso Gerês e na sombra da serra da Cabreira repousou, durante séculos, uma das maiores jazidas de volfrâmio do país.
Descobertas por acaso do destino por um moleiro ainda no século XIX, as Minas da Borralha rapidamente se tornaram no epicentro de uma indústria que se veio a revelar fundamental para a economia nacional. A imensa riqueza do subsolo barrosão logrou atrair dezenas de milhares de operários que, durante décadas, construiram de raiz um dos mais sofisticados e cosmopolitas centros mineiros de Portugal.
Acompanhar a história das Minas da Borralha é conhecer uma parcela muito significativa da história do subsetor do volfrâmio no século XX. Das dificuldades de instalação da concessionária, das crises dos períodos pós conflitos mundiais, passando pela sombria década de 1920 e início de 1930 até aos fenómenos de contrabando do volfrâmio, em larga e pequena escala, sobretudo na primeira metade da década de 1940.
Apresenta-se aqui a primeira parte da história do Couto Mineiro da Borralha, desde a sua origem, em 1900, até ao início da década de 1950, onde será desenhado um novo paradigma industrial no que ao subsetor do volfrâmio diz respeito.
Sem comentários:
Enviar um comentário