O Núcleo de Arqueologia da Universidade do Minho, andou nos últimos meses a proceder ao reconhecimento daquilo que foi a Via Romana que ligava as antigas cidades de Bracara Augusta e Astorga, que passava pela nossa Vila de Ruivães.
Depois de alguns avanços e recuos, parece que conseguiram concluir o trabalho, já que é impossível alterar o curso da história.
Dizemos parece, porque ainda não há trabalhos escritos a comprovar esse estudo; no entanto, foi hoje colocado no centro da nossa Vila de Ruivães um marco a simbolizar a “Via Augusta”.
Na falta do referido trabalho escrito, decidimos publicar um excerto que nos parece apropriado, do livro “As populações a norte do Douro e os Franceses em 1808 e 1809” da autoria de Carlos de Azeredo – Brigadeiro.
“O Major Warre e o Capitão Gomes, chegados a Ruivães, entraram em contacto com o Capitão-Mor António Luís de Miranda de Magalhães e Meneses e é provável que tenham aconselhado o corte das três pontes de que o I Corpo se poderia servir, na região:
A Ponte Nova, ou do Saltadouro, lançada sobre o ribeiro do mesmo nome, afluente da margem esquerda do Cávado nas proximidades de Salamonde;
A Ponte Velha, ou de Rêz, antiga ponte romana da via Brácara Augusta-Áqua Flávia-Astúrica Augusta, lançada sobre a mesma linha de água;
A Ponte da Misarela que, cerca de uma légua a poente da do Saltadouro, transpõe o rio Rabagão.
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Naquele tempo a estrada, a partir de Salamonde, dividia-se em dois itinerários:
O da direita era a estrada que, por Ruivães, Venda Nova e Boticas, atingia Chaves; fora o caminho que Soult seguira em Março anterior, em sentido inverso, aquando do seu avanço sobre Braga.
O da esquerda, era um caminho difícil, uma autêntica vereda áspera que descia de Salamonde, em zig-zagues muito fechados, a íngreme vertente do Cávado e depois a do rio de Ruivães, até atingir a Ponte do Saltadouro; seguia depois junto à margem esquerda do Cávado para passar, uma légua à frente, a impressionante Ponte da Misarela, e atingir mais a norte Paradela e Montalegre, já na fronteira.”