Fotografia: Maria Fraga.
Decorria a década de 60 e na aldeia não havia ainda muita distracção e entretenimento trazidos pela televisão, chegada muito mais tarde.
Assim sendo, a mocidade, sã nas suas brincadeiras, juntava-se e cantava ao som do realejo e da concertina, quer nos trabalhos do campo, quer nos dias de festa, pois ate aqui não chegavam ainda os conjuntos musicais e pouco a musica gravada por altifalantes.
Dessa realidade surgiu o Rancho Folclórico Ruivanense composto por jovens da terra que actuavam quando havia vagar para isso.
No ano de 1964, fez-se a Festa das Colheitas, que contou com a boa vontade de quem quis oferecer um pouco do seu produto agrícola resultante do seu trabalho “o seu São Miguel”.
Esses donativos levados na cabeça das lavradeiras bem organizadas e ao toque da concertina, iam cantando em direcção ao adro da igreja, onde foram depositadas as oferendas, depois leiloadas e oferecidas à reparação de santos e conservação da Igreja.
Todos ajudavam na organização e enfeite das ruas e as fatiotas dos bailarinos ficavam a cargo de cada um.
Texto: Ilda Fraga
2 comentários:
Ora cá está uma bela iniciativa...
Pelos relatos que tenho ouvido da minha mãe, há muitos e muitos anos, eventos destes aconteciam com alguma frequência. E eram motivo de grande alegria e empenho de boa parte da população Ruivanense.
É de lamentar que nos últimos tempos não haja acontecimentos deste género... e é tão triste ouvir, com alguma frequência, os mais "antigos" dizerem "antigamente é que era...!".
Entende-se... agora há a televisão, há os cafés, há outras coisas com que passar o tempo.
Mas... e se se experimentasse fazer uma festa em grande? Algo que mobilizasse muita gente... Há forças para isso?
ora aí está uma boa pergunta, há forças para isso?
comecemos por ver já este fim de semana, pois celebra-se o S. Martinho e haverá castanha assada e muita animação.
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