No já muito próximo mês de Maio de 2009, comemoram-se 200 anos sobre a data em que as tropas de Napoleão Bonaparte, sob o comando do Marechal Soult, invadiram Portugal pela segunda vez, incursão feita por terras de Barroso de que Ruivães (à época designado Vilar das Vacas) fazia parte integrante. Por cá estiveram pouco mais de um mês, não passando para além do Porto, porque encontraram pela frente não só um exército Luso-Britânico bem organizado, como também um povo orgulhoso da sua nacionalidade, e que curava ainda as feridas dos massacres, pilhagens e humilhações sofridas, um ano antes com a primeira invasão, às mãos do terrível General Junot. Foi esse povo imbuído de uma coragem desmedida, que organizou um pequeno exército civil, composto de oitocentos homens e comandados por um sacerdote, que por terras de Ruivães retardou a retirada dos franceses, infligindo-lhes pesadas baixas. Bem posicionados, primeiro na Ponte do Saltadouro e logo a seguir na de Misarela, esses valentes guerrilheiros carregaram sobre as tropas inimigas, obrigando-os a largar armas, bagagens e até valores preciosos, deixando ainda no caminho pilhas de homens e animais mortos. Mas Ruivães (ou Vilar das Vacas), saiu desta luta ainda mais dignificado, porque no dia seguinte a essa luta, a 17 de Maio de 1809, o general Artur Wellesley (futuro Duque de Wellington) e comandante do exército Luso-Britânico, estacionou na nossa vila, orientando daqui a perseguição às tropas invasoras. Não vou avançar mais sobre este glorioso feito, porque ele está contido na história e a cada um compete sabê-la. O que pretendo, é “apelar” aos senhores presidentes que façam algo para comemorar esta efeméride, a qual catapultou a nossa terra para os anais da história. Atentemos que em Ruivães, o glorioso e querido Marechal de Napoleão, sofreu a maior humilhação da sua carreira militar, e os heróis dessa proeza foram gente recrutada certamente na área que Vilar das Vacas administrava, e que abrangia Covelo do Gerês, Fafião, Pincães, Cabril, Ferral, Venda Nova, Salto, Campos, etc. Estamos ainda a tempo de homenagear aqueles valorosos oitocentos homens, que pondo em risco a vida defenderam a soberania de Portugal em terras ruivanenses.
Manuel Joaquim Fernandes de Barros
2008-10-14
Retirado da edicao do Jornal de Vieira n 840 de 15 de Outubro de 2008.
1 comentário:
A História agora conta-se com magia e sedução.
Napoleão,neste nosso tempo, não ia gostar de combater; atirava a lança e ficava a bronzear-se na ponte da rês.
Mas lá que foi assim, isso foi. Uma pitadinha de encantamento como faz o professor Dr.Hermano Saraiva, ao vivo e a cores, ficava excelente!
Mais de metade dos factos que ele apresenta são imaginação e realidade. Cativa!
De forma mais séria: O artigo é um contibuto muito útil para quem ama a História da sua terra.
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