Mais de 150 idosos das IPSS’S concelhias recriarem, no dia 17 de Outubro, uma desfolhada à moda antiga. no Centro Social Inter-paroquial de Ruivães, Campos e Salamonde.
A actividade pretendeu recriar o ambiente vivido nas desfolhadas com gestos e cantos próprios. Depois da roda feita à volta de um grande monte de milho, os idosos deitaram mãos à tarefa e lá foram desfolhando espiga atrás de espiga, com as mãos procurando sempre “adivinhar” onde se escondia a espiga vermelha (milho – rei), uma raridade que é premiada com uma saudação. Cantaram-se quadras alusivas às desfolhadas e aos amores, enquanto se carregava o carro com os despojos da desfolhada. No final, e depois das espigas arrumadas, os idosos pousaram para uma fotografia de família seguindo-se-lhes o tão merecido lanche convívio. Esta foi uma jornada de valorização do património cultural de Vieira do Minho. Foi um momento de grande convívio, confraternização e alegria para os idosos do concelho. Os idosos estavam felizes por “reviver a mocidade, os trabalhos agrícolas, as cantigas e a alegria que tinham quando iam para as desfolhadas da aldeia”.
Noícia retirada d' O Jornal de Vieira nº 818 de 1 de Novembro de 2007.
Fotografia retirada do site da Câmara Municipal de Vieira do Minho.
3 comentários:
É muito interessante este post, que nos faz reviver tempos que o tempo já levou na sua voragem; lembro-me, a propósito, do episódio da desfolhada que Júlio Dinis tão bem nos descreve nas Pupilas do Senhor Reitor.
Ainda bem que existem por aí estas iniciativas culturais, sempre louváveis. Mais uma vez, e com toda a justiça, os meus parabéns ao Dr. Paulo Miranda pela sua sensibilidade e pelo amor que tem à sua terra natal. Como seria bom se houvesse muita gente jovem com estas iniciativas em prol da cultura e da comunidade
Ficou por saber se o "contemplado" com o milho-rei cumpriu a tradição do beijo... ;)
Estão de facto de parabéns os dinamizadores da iniciativa, no entanto, e corrijam-me se estiver errado, lamento profundamento que os idosos do lar não tenham actividades diariamente. Sempre que por ali passo impera o silêncio. Quando ali estive em diversas situações para visitar uma avó já falecida fez-me muitas impressão ver aqueles velhinhos ali sentados, em silêncio como que aguardando a sua hora. Não compreendo o porquê do centro não ter um animador(que segundo se consta até tem, mas não exerce as funções de tal!!!) que trabalhe e estimule os moradores daquela casa a viver cada dia não como se fosse o último, mas sim o continuar de uma vida que se pretende longa e feliz até à hora da partida. penso que os senhores responsáveis pelo lar deveriam pensar melhor nesta situação.
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