Não é um tema novo, mas enche-me o
coração de tristeza. Como se vem verificando de há uns anos a esta parte,
sempre que se fala nas Festas de Ruivães é sempre uma incerteza… Haverá?
Não haverá? – “Pois ninguém sabe”. E agora a incerteza é ainda maior! Os tempos
vão passando, as populações envelhecendo e os jovens perderam o interesse pelas
tradições, e costumes da terra. Longe vai o tempo em que era um orgulho
participar nos eventos, organizá-los, conviver, reencontrar amigos, ver família
que já não se via há muito tempo, enfim… mostrar que a nossa terra era cheia de
vida, o “largo” enchia-se de pessoas vindas de todo lado e dos vários cantos do
mundo. Infelizmente agora não é o que acontece, vive-se mais preocupado em
criticar o que se faz, ou o que não se faz que propriamente em ajudar, porque
criticar é o lado mais fácil, agora ter coragem para ajudar já não é bem assim.
Principalmente algumas “gentes de Ruivães (Vila)” que vivem mais preocupadas em
acabar com as tradições dos lugares da freguesia, em vez de olharem pelos
interesses do cantinho onde vivem, esquecendo-se no entanto, que é na terra
deles onde tudo acaba primeiro e se deixam de fazer as “coisas”. Neste campo
aqui há que dar valor ao grupo coral de ruivães, que cantando mal ou bem, este
conjunto de mulheres e alguns homens nunca desistiram, viram muita coisa
começar e acabar, mas com empenho e sacrifício mostraram e vêm mostrando o que
é união.
Avizinham-se temporadas difíceis para
todos, é certo! Mas se cada um der pouquinho daquilo que tem no fim torna-se
muito e aí as coisas fazem-se, nem se trata do que faz mover o mundo, ou seja,
dinheiro… porque até pode haver dinheiro mas não havendo gente para o tornar
útil, também não interessa de nada. Acho que chegou a altura de dizer basta a
coisas como:” já estou velho, isso já não é para mim, eu nem estou cá a
morar?...”tem sim que haver mais vontade entre as pessoas para participar e
conviver, não deixando assim morrer as tradições que os nossos antepassados
criaram com tanto gosto e carinho.
Vamos deixar questões políticas de
lado e desavenças organizacionais, vamos sim criar um Ruivães melhor, onde as
gerações do futuro se possam orgulhar tal como nós das nossas gerações
passadas.
Miguel Antunes
2 comentários:
Concordo, com senhor Antunes.
São sinais dos tempos meu amigo! a desertificação primeiro, aliada agora à mudança de estilo de vida que nos leva a ser mais individualistas.
A mim parece-me que essa expressão de que “em Ruivães nunca se faz nada” é geral, e aplica-se a todas as terras, já que são sempre meia dúzia de carolas que dinamizam a coisa, aqui ou em qualquer outra parte do mundo.
Abraço
E que nunca te falte a vontade de continuar a “trabalhar” em prol da comunidade ruivanense.
Paulo Miranda
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