segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Moinho em Zebral II



Olá Paulo!
Caso queiras acrescentar informação à reportagem e no seguimento das minhas duas visitas à confeção do pão no Verão ( em Vale e Zebral com as tuas duas anfitriãs), relembro que em Vale, ao fim de se amassar o pão e antes de a massa levedar (logo após se marcar uma cruz na mesma), deve dizer-se:



“Na hora em que o Senhor nasceu

Foi a melhor hora que ao mundo veio

São José

São Vicente

Sto. Amaro

Não saia ensonso nem salgado”



Depois de colocar as broas a cozer no forno e ao fechar a sua porta:


“tanto cresça o pão no forno

Como o poder de Deus

Pelo mundo todo

Nós a comer e ele a crescer

Nunca o possamos vencer

1 Padre Nosso pelas almas da casa

Cada um pela sua e Deus nosso por elas todas”



Em Zebral os dizeres são distintos mas ficam para uma próxima :D.



Boas festas a todos!!!




Paula Alves

1 comentário:

Anónimo disse...

A tradição e a religiosidade populares compunham estas Orações que, garças a Deus, ainda há quem as recolha e as partilhe.
É muito interessante penetrarmos na mundo dos nossos antepassados e constatarmos como eles eram apegados à religião.
Quando eu era criança e se algum pedacinho de pão caía ao chão, apanhava-se e beijava-se, dizendo as pessoas que "o pão é a face de Deus".
Também antes das refeições os comensais se benziam e o chefe de Família recitava uma Jaculatória, posto o que se rezava o Pai-Nosso e só então todos se sentavam à mesa para almoçarem ou jantarem.
Tenho saudades desses tempos ainda não muito distantes, mas já caídos no olvido.
E é também por estas e por outras que, tendo por vezes muitas coisas materiais, nos sentimos vazios, perdidos e sem rumo.
Quer queiramos, quer não, só em Deus reside a nossa verdadeira felicidade, porque o resto são quimeras e ilusões que de manhã reverdecem e à tarde murcham e secam.
Muito obrigado à D. Paula Alves pela partilha desta tradição tão bonita das gentes de Ruivães.
Ruivanense Adoptivo