Olá Paulo!
Caso queiras acrescentar informação à reportagem e no seguimento das minhas duas visitas à confeção do pão no Verão ( em Vale e Zebral com as tuas duas anfitriãs), relembro que em Vale, ao fim de se amassar o pão e antes de a massa levedar (logo após se marcar uma cruz na mesma), deve dizer-se:
“Na hora em que o Senhor nasceu
Foi a melhor hora que ao mundo veio
São José
São Vicente
Sto. Amaro
Não saia ensonso nem salgado”
Depois de colocar as broas a cozer no forno e ao fechar a sua porta:
“tanto cresça o pão no forno
Como o poder de Deus
Pelo mundo todo
Nós a comer e ele a crescer
Nunca o possamos vencer
1 Padre Nosso pelas almas da casa
Cada um pela sua e Deus nosso por elas todas”
Em Zebral os dizeres são distintos mas ficam para uma próxima :D.
Boas festas a todos!!!
Paula Alves
1 comentário:
A tradição e a religiosidade populares compunham estas Orações que, garças a Deus, ainda há quem as recolha e as partilhe.
É muito interessante penetrarmos na mundo dos nossos antepassados e constatarmos como eles eram apegados à religião.
Quando eu era criança e se algum pedacinho de pão caía ao chão, apanhava-se e beijava-se, dizendo as pessoas que "o pão é a face de Deus".
Também antes das refeições os comensais se benziam e o chefe de Família recitava uma Jaculatória, posto o que se rezava o Pai-Nosso e só então todos se sentavam à mesa para almoçarem ou jantarem.
Tenho saudades desses tempos ainda não muito distantes, mas já caídos no olvido.
E é também por estas e por outras que, tendo por vezes muitas coisas materiais, nos sentimos vazios, perdidos e sem rumo.
Quer queiramos, quer não, só em Deus reside a nossa verdadeira felicidade, porque o resto são quimeras e ilusões que de manhã reverdecem e à tarde murcham e secam.
Muito obrigado à D. Paula Alves pela partilha desta tradição tão bonita das gentes de Ruivães.
Ruivanense Adoptivo
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