O acidente
ocorreu às 19h35, sensivelmente a meio do túnel, no local onde existe uma
chaminé e terá sido provocado por uma desatenção na altura de mudança de turno
da obra, onde se trabalha 24 horas por dia. Fonte da Somague, construtora
principal desta obra da responsabilidade da EDP, disse ao Correio da Manhã que
as terras e outros escombros eram provenientes de escavações acabadas de
executar e encontravam-se no local à espera de serem removidas.
António Freitas
da Costa, técnico superior da EDP, referiu que o deslizamento terá ocorrido
devido a “alguma desatenção” na altura em que se efectuava a mudança de turno.
Segundo os dados apurados até à hora de fecho desta edição, as terras terão
atingido sete pessoas, tendo duas delas morrido praticamente de imediato.
Ao que
conseguimos apurar, as vítimas mortais, ambos técnicos de fiscalização, foram
Manuel Silva, de Venda Nova, e Domingos Fiscal, de Vila Nova, duas localidades
do concelho de Montalegre.
Quanto aos cinco
feridos, dois dos quais em estado considerado muito grave, foram todos
transferidos para o Hospital de S. Marcos, em Braga, e entre eles encontra-se
uma mulher, engenheira técnica, ao que tudo indica responsável pela operação de
remoção das terras que acabaram por provocar este acidente.
Alfredo Machado,
um dos mais de 200 operários que diariamente trabalham na construção deste
túnel, encontrava-se a poucos metros do local onde o acidente se verificou e
disse ao CM que viveu ontem um dos “maiores sustos” da sua vida.
“Eu estava a
caminho do meu posto de trabalho e, de repente, ouvi um enorme estrondo, fiquei
praticamente coberto de pó e tentei, juntamente com três colegas, fugir o mais
depressa possível”, disse-nos este operário, sublinhando que, no momento em que
as terras caíram ainda ouviu muitos gritos.
“Nessa altura,
virei-me para trás e ainda safei um colega que estava preso entre a terra e uma
das paredes do túnel”, acrescentou.
No local, houve
quem avançasse a possibilidade de ter ocorrido uma explosão mas os responsáveis
da Protecção Civil referiram que essa ideia terá resultado do estrondo causado
do pelo impacto da queda dos escombros.
Este túnel, de
mais de 4500 metros, que está a ser construído há quase cinco anos, deverá
ficar concluído no próximo ano e destina-se ao aproveitamento, para produção de
energia eléctrica, do retorno das águas despejadas pela barragem da Venda Nova.
Segundo fonte da
Somague, este foi, até agora, o único acidente mortal desta empreitada.
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