Durante décadas foram os cantoneiros que mantiveram as bermas das nossas estradas devidamente limpas de ervas. Cada um tinha o seu "cantão" e é daqui que deriva o nome de cantoneiro. Porque não havia a facilidade de transportes de que actualmente dispomos, o Estado facultava-lhes uma casa de habitação, na área do respectivo "cantão", onde viviam com a família, se assim o desejassem. Eram edifícios de boa construção, inclusive com granito nas molduras das portas e das janelas. Algumas eram ainda decoradas com bonitos azulejos. Nas traseiras tinham um quintal com árvores de fruto e uma horta, onde criavam galinhas e outras aves de capoeira, bem como uns borregos, umas cabras ou um bezerro. No princípio dos anos sessenta do século passado, o cantoneiro ainda exercia funções de fiscalização do tráfego, podendo inclusivé multar quem infringisse o código da estrada. Cada grupo de cantoneiros dependia de um "Cabo"; este, por sua vez, dependia do "Chefe de Conservação de Estradas" que, por sua vez, dependia dum Engenheiro - normalmente um Agente Técnico de Engenharia. Quando acabaram com os Cantoneiros e o Estado passou a concessionar a limpeza das bermas a empresas privadas, estes edifícios pouco a pouco foram ficando devolutos e, com o passar dos anos, transformaram-se em antros de traficantes de droga e de outros marginais. A maioria está totalmente arruinada e se algumas ainda subsistem é porque foram vendidas a particulares que as vão mantendo e que servem para ocupação precária, nomeadamente fins-de-semana e umas curtas férias.
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Durante décadas foram os cantoneiros que mantiveram as bermas das nossas estradas devidamente limpas de ervas.
Cada um tinha o seu "cantão" e é daqui que deriva o nome de cantoneiro.
Porque não havia a facilidade de transportes de que actualmente dispomos, o Estado facultava-lhes uma casa de habitação, na área do respectivo "cantão", onde viviam com a família, se assim o desejassem.
Eram edifícios de boa construção, inclusive com granito nas molduras das portas e das janelas.
Algumas eram ainda decoradas com bonitos azulejos.
Nas traseiras tinham um quintal com árvores de fruto e uma horta, onde criavam galinhas e outras aves de capoeira, bem como uns borregos, umas cabras ou um bezerro.
No princípio dos anos sessenta do século passado, o cantoneiro ainda exercia funções de fiscalização do tráfego, podendo inclusivé multar quem infringisse o código da estrada.
Cada grupo de cantoneiros dependia de um "Cabo"; este, por sua vez, dependia do "Chefe de Conservação de Estradas" que, por sua vez, dependia dum Engenheiro - normalmente um Agente Técnico de Engenharia.
Quando acabaram com os Cantoneiros e o Estado passou a concessionar a limpeza das bermas a empresas privadas, estes edifícios pouco a pouco foram ficando devolutos e, com o passar dos anos, transformaram-se em antros de traficantes de droga e de outros marginais.
A maioria está totalmente arruinada e se algumas ainda subsistem é porque foram vendidas a particulares que as vão mantendo e que servem para ocupação precária, nomeadamente fins-de-semana e umas curtas férias.
Ruivanense Adoptivo
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