terça-feira, 3 de março de 2015

Via Romana XVII (pormenor de muro)




1 comentário:

Anónimo disse...

Se o "todo" é bonito, a descida ao pormenor permite-nos ver o que globalmente nos escapa.
Nesta ordem de ideias, sabe-me bem apreciar o rugoso das pedras milenares, quais faces de um idoso, cheio de sabedoria e bom senso.
Admiro o viçoso dos musgos, que outrora serviam para decorarmos, com Fé e com carinho o Presépio onde, à semelhança de São Francisco de Assis, no Século XIII, recriávamos o nascimento do Deus Menino nas palhinhas da gruta de Belém.
Gosto de ver a pujança e o vigor do arvoredo e da restante vegetação que, embora com portes diferentes, constituem as estrofes de um hino de beleza que nos faz bem ouvir e meditar.
Se quisermos enveredar pelos caminhos da imaginação, não nos será difícil adivinhar o chilrear de alguma ave, desenhando acrobacias no enigmático do céu ou a corrida furtiva de algum coelho mais distraído.
E se ainda perscrutarmos mais profundamente, havemos de recriar o caminhar de muitas centenas de nossos antepassados, que ao longo da espessura dos séculos, transitaram por estes caminhos, pelos mais diversos motivos e nas mais díspares condições.
Os anos passam, as gerações vão-se sucedendo cadenciadamente, mas as pedras, lembrando-nos eternidade, cá continuam, humildemente prostradas no chão que pisamos ou, com mais dignidade, dando forma física aos muros de que tanto gostamos.
Ruivanense Adoptivo