No Domingo Gordo
e dia de Carnaval a que nós chamamos simplesmente Entrudo, rapazes, raparigas, homens,
mulheres e crianças todos saem para a rua mascarados, com a cara tapada, com
roupas velhas ou novas a disfarçar, o mais possível, para ninguém conhecer as
pessoas. Os homens vestem de mulheres e estas de homens. Uns vão de bonitos,
outros de velho e feios.
(…)
Os rapazes
atiram bombas de estourar e rabear às pernas das moças novas.
Os caretos
trajam com croças de palha, chapéus velhos, rotos, peles caseiras de cabra,
odres de farinha, mantas velhas, etc. Vestem-se de soldados, frazem-se
aleijados, coxos, cegos, burssos, mudos. Levam paus para se defenderem de
atrevidos, que os rodeiam para tentar saber quem são. Formam-se barulhos grandes,
em várias aldeias, com estes motivos. Os que levam paus batem nas pessoas, nas
crianças, que fogem dos caretos como os lobos da luz. Embora ninguém deva levar
a mal estas coisas, nem sempre se evitam certos dissabores nestes dias.
(…)
Retirado do
livro “Etnografia Transmontana - Crenças e Tradições de Barroso”, de António
Lourenço Fontes.
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