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Em Ruivães e nas aldeias da freguesia, o Compasso Pascal continua a ser vivido com o mesmo fervor de sempre. Páscoa significa a ressurreição de Cristo e a redenção do Homem.
A Quaresma tende a ser tempo de contenção, seguindo-se, para muitos, as regras do jejum e da abstinência. Tudo é mais sentido na Semana Santa, ou «Semana Maior», que é a última da Quaresma, onde o rigor do calendário litúrgico e das regras de recolhimento são acatadas com respeito.
Mas tudo muda no Sábado de Aleluia, quando os sinos repicam, sinalizando a alegria pela ressurreição do Salvador. No Domingo de Páscoa ou 2.ª feira, como é o caso da Aldeia de Espindo, as pessoas vestem as roupas domingueiras para ir à missa e no final receber em suas casas o Compasso Pascal.
A Páscoa é uma das alturas do ano em que as aldeias se enchem de gente, ao acolherem os naturais que andam em diáspora e que ali revêm as famílias e revivem as tradições.
Na Páscoa, sai das igrejas e das capelas a Cruz, seguida do respetivo Compasso Pascal, que, num ritual secular, continua a merecer “porta aberta” da esmagadora maioria das famílias das aldeias do norte, neste particular da Aldeia de Espindo.
Só que, ao contrário do que acontecia há uma ou duas décadas, já são menos os Compassos que integram um padre. A maioria é presidida por um leigo ou, na melhor das hipóteses, por um seminarista.
“Aleluia, Aleluia, Cristo ressuscitou, Aleluia”, diz o sacerdote, enquanto asperge água benta e o mordomo assim designado (tarefa que este ano, foi dividida pelo nosso nonagenário Amadeu Santos e por mim próprio) dá a cruz a beijar, respondendo os presentes: “Cristo Ressuscitou, Aleluia, Aleluia”.
Depois, em algumas casas, há lanche e um copo para todos. Ainda é assim na minha aldeia.
Guilherme Gonçalves (Casa do Brás – Espindo)
2018-04-27
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