A Associação de Preservação da Identidade da Freguesia de Campos (APIFC), e todos os moradores dos lugares de Campos, Lamalonga e Zebral, detentores do comércio local, casas de turismo, produtores de gado e outras associações locais “opõem-se firmemente à passagem da linha de alta tensão pelo Corredor Norte, na área do Concelho de Vieira do Minho”, corredor este que está em fase de discussão pública.
Segundo esta associação, tal oposição deve-se a diversos factos que enumera e considera muito mais expressivos do que os factores que levaram a chumbar o Corredor Sul a ser substituído pelo denominado Corredor Norte. Entre eles estão o Turismo e a Agricultura, onde, nos últimos anos, se fizeram “enormes investimentos com ajudas de fundos comunitários e ajudas de Estado”.
Em carta enviada ao Ministro do Ambiente e da Transição Energética, à Agência Portuguesa do Ambiente e ao presidente do Conselho de Administração da REN, a APIFC, juntamente com os residentes da União de freguesias de Ruivães/Campos, propõem um percurso alternativo e de “menor impacto ambiental” ao chamado “Corredor Norte”.
Segundo os subscritores da proposta, há vários argumentos a favor da mudança desta linha de alta tensão. A freguesia de Campos tem duas aldeias classificadas como ALDEIAS DE PORTUGAL: a “Aldeia de Campos”, que foi distinguida com prémio de Boas Práticas Locais Para o Desenvolvimento Sustentável, atribuído pela Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local.
Entre os investimentos financeiros dos últimos anos naquela aldeia, destacam “a criação do Centro Interpretativo de Campos, e a Requalificação do seu Património (Moinhos, Fornos Comunitários e Canastros), Zona da Quebrada (Minas de Volfrâmio e Represa Fluvial), Casas Particulares, Casas de Turismo, Comércio Local e várias Rotas (Rota do Pão e do Volfrâmio), razões suficientes que justificam as pretensões dos seus habitantes”.
Para os habitantes de Campos, “a linha de alta tensão pode ser desviada para sul, evitando o desbaste do corredor florestal, o trilho pedestre e a Rota do Volfrâmio” que iria coincidir com o itinerário daquela linha.
Ainda segundo os defensores desta alternativa, “está em fase de preparação uma candidatura para a construção do “Passadiço dos Moinhos de Campos”, com início junto à Ponte de Zebral, percorrendo o rio Lage e os seus 29 moinhos, até à “ponte, submersa”, de Castelões. O início deste Passadiço coincide com o cruzamento da linha de alta tensão junto à Ponte de Zebral que, certamente, porá em causa a realização do projeto.
Também a paisagem da Serra da Cabreira, uma das principais atrações turísticas, tal como a fixação de pessoas nesta freguesia envelhecida, tem de ser preservada. “Com a passagem desta linha de alta tensão esta paisagem irá desaparecer dando lugar a um estendal de fios em frente às janelas das nossas casas. Com o aparecimento da pandemia tem havido procura de investimento e de fixação das pessoas na freguesia pelo esplendor das aldeias e pela paisagem da Serra da Cabreira”, diz o comunicado.
“A Aldeia de Zebral terá como cartão de visita, a linha de alta tensão, já que o seu principal acesso irá ser percorrido por esta linha eléctrica de alta tensão”.
Neste lugar existem vários carvalhos centenários, um deles e o mais emblemático levará com esta linha mesmo por cima. Os proprietários propuseram este Carvalho para Árvore Centenária Classificada, certamente uma atração turística.
A União das Freguesias de Ruivães e Campos já exprimiu a vontade de levar à próxima Assembleia de Freguesia a proposta para classificar este Carvalho de Interesse Público.
Concluindo, todo o investimento e esforço feito, quer por autarquias, particulares e associações será desvalorizado. Lembramos que foram feitos enormes investimentos com ajudas de fundos comunitários e ajudas do Estado. Futuros projectos serão postos seriamente em causa levando à desistência e ao desincentivo. Grande parte da sustentabilidade destes lugares deve-se ao turismo e cremos firmemente que este Corredor Norte [a ser levada à prática] será o princípio do fim da decadência”, concluiu o comunicado daquela associação, enviado à nossa redacção.
Sem comentários:
Enviar um comentário