«Domingos Manuel Pereira de Carvalho Abreu, Juiz, nasceu em Ruivães em 23 de Agosto de 1727, faleceu em Mosteiro em 1873. Este ruivanense adquiriu projecção e prestigio nacionais, devido ao seu desempenho como magistrado e defesa da liberdade e do trono legítimo, sendo reconhecido e agraciado pelo Rei em 1845, 1858 e1860, tendo dignificado extraordinariamente Ruivães.
O pai de Domingos de Abreu, António José Gonçalves Pereira de Carvalho Abreu, foi um destacado herói da resistência às invasões francesas comandadas pelo General Soult. Domingos de Abreu frequentou a Faculdade de Leis de Cànones, foi nomeado Juiz de Fora de Alijó e louvado pelo seu desempenho, por Portaria Régia de Abril de 1923, sendo de seguida nomeado Juiz de Fora de Vila Real. Não desempenhou funções em Vila Real porque aderiu à Causa Liberal. Durante dez anos andou fugido e em luta com os absolutistas. De facto, entre 1823 e 1833, disfarçado de mendigo andou a monte e por lugares afastados, devido ao seu amor à liberdade e ao regime Constitucional.
Reposto o Governo Constitucional, Domingos Abreu é nomeado, em 1883, corregedor de Barcelos, em atenção aos seus merecimentos e perseguição que sofreu do governo usurpador. Foi ainda juiz em Bragança, Cabeceiras de Basto, Ponte de Lima, Amarante e Póvoa de Lanhoso. Dada a qualidade de um magistrado sábio, de modelo de concisão e elegância literária, as principais sentenças foram publicadas na Gazeta dos Tribunais, em separata com o título “Sentenças Civis e Crimes do Dr. Domingos Manuel Pereira de Carvalho Abreu”.
Domingos de Abreu, em 1845 foi nomeado por Portaria Régia Cavaleiro de Ordem de Cristo; em 1853 foi nomeado por Decreto Régio Comendador da Ordem de Cristo; em 1860 foi nomeado por Carta Régia Comendador da Ordem de Nossa Senhora de Vila Viçosa. Enfim! Pobre terra, com um potencial humano tão riquíssimo, e que por inoperância de quem nos governa desconhece esses valores porque não há o mínimo interesse em fazer um levantamento histórico da nossa vila. Tão ilustre figura, não merecia o seu nome numa rua de Ruivães?
Aconselho os meus conterrâneos a verem o programa diário da RTP 1 ”O Preço Certo”, e ficarão como eu fico desgostosos por ver as aldeias da mais pequena dimensão e do interior cujas juntas de freguesia patrocinam a ida dos locais ao concurso, oferecerem ao apresentador brochuras, livros com o historial da terra, e que grande divulgação é feita nesse programa! Então pergunto; se alguém de Ruivães for ao programa, que lhes proporciona a nossa junta? Nada de nada!
Saudações ruivanenses.»
Manuel Joaquim F. de Barros
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