quarta-feira, 13 de novembro de 2024

«Um ilustre Ruivanense desconhecido»

 




«Domingos Manuel Pereira de Carvalho Abreu, Juiz, nasceu em Ruivães em 23 de Agosto de 1727, faleceu em Mosteiro em 1873. Este ruivanense adquiriu projecção e prestigio nacionais, devido ao seu desempenho como magistrado e defesa da liberdade e do trono le­­gítimo, sendo reconheci­do e agraciado pelo Rei em 1845, 1858 e1860, ten­do dignificado extraordi­na­riamente Ruivães.

O pai de Domingos de Abreu, António José Gon­çal­ves Pereira de Carvalho Abreu, foi um destacado herói da resistência às in­va­sões francesas comanda­das pelo General Soult. Domingos de Abreu frequentou a Faculdade de Leis de Cànones, foi nomeado Juiz de Fora de Ali­­jó e louvado pelo seu de­­sempenho, por Portaria Ré­gia de Abril de 1923, sen­do de seguida nomeado Juiz de Fora de Vila Real. Não desempenhou funções em Vila Real porque aderiu à Causa Liberal. Durante dez anos andou fugido e em luta com os absolutistas. De facto, entre 1823 e 1833, disfarçado de mendi­go andou a monte e por lu­gares afastados, devido ao seu amor à liberdade e ao regime Constitucional.
Reposto o Governo Consti­tu­cional, Domingos Abreu é nomeado, em 1883, corre­gedor de Barcelos, em atenção aos seus mereci­mentos e perseguição que so­freu do governo usur­pa­dor. Foi ainda juiz em Bragança, Cabeceiras de Basto, Ponte de Lima, Amarante e Póvoa de Lanhoso. Dada a qualidade de um ma­gistrado sábio, de modelo de concisão e elegância li­terária, as principais sentenças foram publicadas na Gazeta dos Tribunais, em separata com o título “Sentenças Civis e Crimes do Dr. Domingos Manuel Pereira de Carvalho Abreu”.
Domingos de Abreu, em 1845 foi nomeado por Portaria Régia Cavaleiro de Ordem de Cristo; em 1853 foi nomeado por Decreto Régio Comendador da Ordem de Cristo; em 1860 foi nomeado por Carta Régia Comendador da Ordem de Nossa Senhora de Vila Viçosa. Enfim! Pobre terra, com um potencial humano tão riquíssimo, e que por inoperância de quem nos governa desconhece esses valores porque não há o mínimo interesse em fazer um levantamento histórico da nossa vila. Tão ilustre figura, não merecia o seu nome numa rua de Ruivães?
Aconselho os meus conterrâneos a verem o programa diário da RTP 1 ”O Preço Certo”, e ficarão como eu fico desgostosos por ver as aldeias da mais pequena dimensão e do interior cujas juntas de freguesia patrocinam a ida dos locais ao concurso, oferecerem ao apresentador brochuras, livros com o historial da terra, e que grande divulgação é feita nesse programa! Então pergunto; se alguém de Ruivães for ao programa, que lhes proporciona a nossa junta? Nada de nada!
Saudações ruivanenses.»
Manuel Joaquim F. de Barros

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