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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Natal




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Olá,

Aqui por casa já cheira a natal e este ano é um natal muito especial, afinal é o primeiro natal em que a princesa Inês, agora com um aninho, já faz o obséquio de abrir as prendinhas. 
Votos de um Natal feliz! 


Com estima,

Carla Silva e família
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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Vale, por Carla Silva





«Vista sobre a casa dos meus amigos (que para mim são família) de infância.»

Carla Silva

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Algumas fotos do Pardinho




















Olá Paulo,


Seguem em anexo algumas fotos do pardinho. Ansiosa por mais um reavivar da tradição para o ano que vem e na esperança de que sejam mais as pessoas a aderir. Parabéns pela organização.


Abraço amigo e de consideração,


Carla Silva

sábado, 22 de dezembro de 2007

sábado, 17 de novembro de 2007

Não sei porquê

Não sei porquê, mas creio que também não é importante a justificação do acto. As palavras soltam-se à medida que percorro o teclado. Estas andanças entre o Norte e o Sul do país levam-nos, por vezes, a viajar pelo nosso passado recente.

Foi precisamente numa desta viagens que me cruzei com pessoas da minha infância e que, por conseguinte, acabam por fazer parte daquilo que sou. Entre paragens fomos discorrendo sobre tempos idos e sobre o hoje que se apresenta bem menos apetecível, das pessoas que vimos partir, dos amigos que nunca mais vimos, das perspectivas que hoje temos. A conversa leva a que saibamos onde estão alguns daqueles meninos (as) que brincavam na escola, que percorriam caminhos íngremes e que no final das aulas ainda tinham de ir ajudar os seus pais nos trabalhos do campo.

Estas conversas revelam-se sempre nostálgicas e deixam sempre o sabor amargo de uma brevidade exagerada. É nestas horas que pedimos inconscientemente, de alguma forma, que o tempo pare. De novo no autocarro, sentados, cada qual no lugar marcado, procuram-se uns pelos outros. Quem sabe esta procura não consciente não seja a procura da identidade inerente ao indivíduo!

A noite começa a cair, olho para o relógio, são 17:45 min., ainda faltam algumas horas até ao destino. O olhar fixasse num ponto que nem eu sei bem qual e a ele acorrem imagens várias, de gentes, gestos e cheiros. Sim, porque a capacidade simbólica permite a construção de imagens através dos nossos sentidos. Neste momento Ruivães, Vale, salta-me à vista, ergue-se desenfreada uma vontade de tornar ao berço, à raiz, de tocar a terra, sentir o seu cheiro, abraça-la.

Por momentos ainda lhe toco, mas que o autocarro pára e é hora de pegar nas malas e mudar para o da frente. Separam-se os ruivanenses, um cumprimento e as palavras sinceras de felicidade, boa sorte e até breve!

Carla Silva

sábado, 6 de outubro de 2007

O Pequeno Ditador

Madalena tem cinco anos, é filha única e está habituada a ter o que quer. Quando a mãe lhe diz que não a alguma coisa, grita, chama-lhe nomes, diz que vai fazer queixa ao pai e atira-se para o chão no meio da rua. O pai culpabiliza-se pela carga laboral excessiva e cede facilmente aos caprichos da filha. Francisco tem quadro anos, um irmão mais velho e dois irmãos gémeos mais novos. Mede sistematicamente forças com os pais e recusa-se a obedecer a pedidos simples como apanhar do chão os brinquedos ou as canetas que deixou cair. Estes são exemplos de crianças mimadas e difíceis que, segundo alguns especialistas, correm sério risco de se tornarem adolescentes tiranos e adultos profundamente egoístas.

As crianças precisam de atenção, mimo, mas também de serem educadas para o futuro. Importa, por isso que nos debrucemos, atenta e responsavelmente na sua educação, não delegando esta tutela somente aos professores. Educar com e para os valores torna-se essencial nos dias que correm, como tal, exige-se que pais e restantes familiares unam esforços, com o intuito de tornar as crianças de hoje, jovens adultos ciosos dos seus actos, dos seus deveres e não apenas dos seus direitos.

A criança de hoje pode vir a ser um ditador amanhã. Um alerta deixado por Javier Urra na obra o Pequeno Ditador, uma visão abrangente e brilhante. Pedro Strecht, Eduardo Sá, entre outros, são citados nesta obra.

Um olhar surpreendente sobre uma realidade, (in)felizmente, cada vez mais actual. Aconselha-se!




Carla Silva

terça-feira, 25 de setembro de 2007

As nossas férias - Carla Silva



Seguem em anexo fotos das férias passadas a caminhar com os amigos por entre a beleza da nosssa terra: Vale e Ruivães, o Talefe, a Serra da Cabreira, Montalegre, Serra Maça, entre outros e ainda o mar: o local onde me encontro, actualmente. Ainda um pequeno texto.


Cumprimentos,





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Ruivães: um sentimento



Há quem pense em ti como um fragmento do nada

Mas mesmo que digam de ti o nada (1)

Falam de ti.

E a tua voz ergue-se sob a bruma dos que te esquecem! (2)

A vida gira, ciclicamente, sobre ti.

No ontem que pensavas não ser,

Uma vida inteira espera por ti.

A guitarra toca baixinho e toca dizendo:

" Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia

sobre a margem infinita

de um mar infinito." (3)

 

Nota: 

(1) a não existência

(2) assumir enquanto um existente não existente

(3) (Kahlil Gibran)


quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Bento da Cruz - Escritor Barrosão



Contactei com a obra de Bento da Cruz casuisticamente. Numa manhã não muito distante, juntei o grupo habitual de amigos e fomos a uma feira do livro. Entre os muitos autores saltou-me à vista Bento da Cruz. Autor desconhecido, para mim, até então, e cuja escrita me apaixonou. Foi uma lufada de ar fresco, imbuída de um sentimento de nostalgia, aquele que se abateu sobre mim, aquando da leitura. Mas quem é Bento da Cruz?




0028s4sy (fotografia retirada da net)




Bento Gonçalves da Cruz nasceu em 1925, na aldeia de Peirezes, freguesia da Chã, concelho de Montalegre, Trás-os-Montes. Licenciou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra, exercendo Odontologia em Trás-os-Montes e no Porto. Foi nesta cidade que fixou residência. Em 1959 publica em Coimbra sob o pseudónimo de Sabiel Truta o seu primeiro livro, uma colectânea de poemas intitulada Hemopise. Colaborou no suplemento literário do Jornal de Notícias e na Antologia da Poesia Contemporânea de Trás-os-Montes e Alto Douro, coordenada por Carlos Loures (Coleccção Setentrião, Vila Real, 1968). A propósito das tradições e vivências do Barroso, publicou várias obras de ficção. Ganhou o Prémio Literário Diário de Notícias em 1991. Após o 25 de Abril, fundou o quinzenário regionalista Correio do Planalto. Obras: Planalto em Chamas (1963), Ao Longo da Fronteira (1964), Filhas de Loth (1967), Contos de Gostofrio e Lamalonga (1973), O Lobo Guerrilheiro (198O), Planalto do Gostofrio (1982), Histórias da Vermelhinha (1991), Victor Branco, Escritor Barrosão – Vida e Obra (1995).

Ruralidade e memória são indissociáveis na obra deste autor. Brilhante na forma como redige, consegue despertar todos os sentidos, numa viagem e atenção maravilhosamente redobrada.

Diria que Bento da Cruz escreve com a alma, uma alma repleta de vivências, sentimento e inigualável conhecimento das realidades que retrata.

Fazendo das palavras de Friedrich von Novalis as minhas: “No Mundo tem de se viver com o Mundo. E só se vive, se for no sentido dos Homens com os quais se vive. Todo o bem que há no Mundo provém do interior (e portanto vem-lhe a ele do exterior), mas é apenas uma faísca que, veloz, o percorre. Todo o Excelente faz avançar o Mundo, mas deve desaparecer quanto antes.









Carla Silva









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Para ver mais referências a este autor nesta página, aqui.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Vale - lugar de encanto

No sopé da montanha ergue-se sobranceiro o lugar de Vale. Local onde passei a infância e me traz a paz de espírito que se exige. Nesses instantes de retiro espiritual, como contemplativa errante, perco-me pelas tropelias incessantes de uma idade não pensante.

Foi por entre os verdes prados deste lugar enigmático que se tornou possível a passagem do ludus ao logos. Que iniciei a íngreme escalada para o futuro.

Da casa que me abraça desde sempre, posso contemplar todo um mundo novo a descobrir.

Perde-se o olhar no horizonte... estende-se a vista sobre Espindo e Zebral, do outro lado Ruivães.

Caminhei, este dias, pelos caminhos deste paraíso esquecido por muitos. Fui até ao Rio de Vale, uma descida acentuada que obriga aquando do percurso inverso a algumas paragens. Diante de mim o Poço Negro, local onde muitos banhos tomei e onde a limpidez das águas convida a abraçar.

O Poço de Bárbara, onde em criança me juntava com os meus eternos amigos. A ponte que possibilita a travessia da Levada para a outra margem é de uma beleza merecedora de intervenção. Há pedras caídas da ponte… Creio, na minha insignificante modéstia, ser de todo o interesse para a comunidade local e turistas, pedir-se a reparação da mesma.

No caminho de regresso, parecia abater-se sobre mim, uma veia crítica cada vez mais afincada. Daí que decidi ir até à Ameixeira. O estradão que se abriu ali com o intuito de servir melhor a população, foi esquecido, convido-vos a visitá-lo! As ervas crescem a olhos vistos, tornando difícil a passagem de automóveis pelo local.

A alma fica emagadoramente pequenina… Cada passo se torna mais e mais pesado, tantas são as portas que se têm fechado ao longo dos anos. Sinto-me cansada, perdida, triste… É pesada a dor de vir aqui, às vezes, as raízes que continuam enterradas nesta terra, na casa que aqui tenho, na beleza que vislumbro, tudo tem um ar cada vez mais carregado. Serás só tu Vale, um dia? Um local encantado que se perderá nas memórias daqueles que te amam?

Escuto Mário Sá Carneiro que diz:



“E só me resta hoje uma alegria:
É que, de tão iguais e tão vazios,
Os instantes me esvoam dia a dia
Cada vez mais velozes, mais esguios…”





Carla Silva

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Ruivães - a história

Mais do que nunca sinto hoje necessidade de falar de ti e para ti Ruivães, de tocar as tuas gentes… Cada vez mais deserta e esquecida, vais desaparecendo sem que ninguém te erga, edifique, conte a tua história, faça de ti grande. Apenas alguns, como eu, que nasceram do teu “ventre” tentam fazer ouvir a tua voz. Alegra-me saber que ainda existe gente que te quer e ama e não te abraça mais porque a vida obriga a deixar-te em segundo plano. Fico tocada sempre que vejo que há alguém, como o presidente da junta de freguesia que pretende ver-te crescer, lutar contra a desertificação, mas infelizmente não tem meios. Sem ajudas não é possível caminhar. O cheiro da terra molhada, o doce sabor das lareiras acesas, a verdura extasiante das tuas paisagens, a simpatia, honestidade e verdade das tuas gentes. O acolhimento, a tua história e as tuas lendas. Os nomes raros de alguns dos habitantes, próprios e sobrenomes, têm muito de nobre e tão pouco estudado. Onde já se viu uma terra com tantos nomes históricos como “Romano”; Bárbara”; “Pereira”; “Gil”; “Silva”; “Fraga”, entre outros? São inúmeros os nomes que parecem fazer uma ligação ao judaísmo… e seria tão interessante ver um estudo sobre esta vertente! Muito do que se tem feito por Ruivães parte exclusivamente da vontade dos seus populares. A força e o orgulho de ser Ruivanense é, honrosamente, brilhante. É graças à população que hoje temos um quartel de Bombeiros na freguesia, que a escola e o infantário permanecem abertos, que a aldeia vai sendo divulgada ora pela escrita, ora pelos convites a amigos. É graças a esta boa gente que se vai sabendo que Ruivães, a Ponte da Misarela, o Pelourinho, a Casa de Dentro, a Ponte de Vale, entre outros, estão situados em Ruivães, Vieira do Minho e não no Gerês, como anunciam os panfletos distribuídos aos turistas. Este Verão fiz-me acompanhar de alguns colegas nas minhas férias em Vale, nos passeios habituais pelos recantos mais belos da aldeia e da freguesia, encontrámos um casal de ingleses. Numa conversa nada formal, verificámos um profundo reconhecimento e admiração pelo lugar. Mas também indignação pelo facto de existirem muito poucas indicações dos lugares a visitar. Algo confusos porque a indicação dada era de que esta terra fazia parte do Gerês, vimo-nos na obrigação de lhes explicar a história verdadeira desta terra. Um dos colegas que me acompanhava e não sendo daqui natural respondeu-lhes do seguinte modo: há belezas neste país que aos governantes nada dizem, porque daqui partem poucos votos, há pouca população activa e a riqueza económica destas regiões é insignificante. Mas acima de tudo parece haver uma clara falta de conhecimento histórica. Esquecem-se que no mundo há uma variedade de cores maior do que as partidárias. Ao sr. Presidente de Câmara gostaria de colocar algumas questões, mas acima de tudo uma: porque não tentar chamar o investimento para esta região, porque não seguir o exemplo de outras presidenciais de Câmara que lutam pelo bem dos seus. Veja-se o exemplo da Câmara Municipal de Ponte da Barca que lutou e conseguiu criar um parque industrial na Gemieira, uma aldeia pequena e tem hoje a “Cobra” como uma das maiores empresas empreendedoras. Era para nós essencial seguir o exemplo. Não poderia terminar este “desabafo” sem prestar uma justa homenagem a quem todos os dias luta contra o esquecimento desta “vila”, de alguma forma, de que são exemplo alguns nomes como: Zé (cabeleireiro) – que me conhece bem; ao Sr. Azeitono – amigo de longa data do meu pai; Sr. João – presidente da junta de Ruivães; ao meu falecido avô Amadeu Alves que muito fez por esta terra; Ermelinda Silva que faz ouvir a sua voz; ao meu pai Fernando Silva que reivindica o direito que esta terra tem no mapa. Muitos foram quase tudo e não foram nada. Outros chegaram perto do sonho mas o quase permanecia inalterável. Alguns tinham vontade e a vontade levou-os a alcançar o maior bem, o de ver alguma obra. Permaneça a vontade e vencer tornar-se-á mais fácil. A todos que como eu fazem ouvir a tua voz Ruivães, o meu muito obrigado!  



Carla Fernanda Alves da Silva







Artigo retirado d’ O Jornal de Vieira, na sua edição nº 751 de 15 Nov 2004.